sexta-feira, 15 de maio de 2015

Ciclo de Atividades #sSomosTodosOlga


Sinópse

Olga Benário Prestes, esposa de Luis Carlos Preste, o Cavaleiro da Esperança. Após a Insurreição comunista em 1935, Olga foi presa pela polícia política de Filinto Miller e sob as ordens de Getúlio Vargas, deportada para a Alemanha Nazista. Judia e comunista, Olga deu a luz a sua filha Anita Leocádia Prestes em um campo de concentração nazista. Sua filha foi retirada à força de seus braços aos 14 meses de vida e entregue à Leocádia Prestes, mãe de Luis Carlos Prestes. Como tortura psicológica, Olga não foi informada que sua filha estava com a avó. Durante tempos Olga sofreu a ausência de notícias da criança. Olga foi morta em 1942 em uma câmera de gás na cidade de Bernburg – Alemanha.
“Somos todos Olga” é um espetáculo biográfico, emocionante e questionador. Foi montado em 2004 com o nome de “Olga”, e agora em 2014, pretende voltar aos palcos, dessa vez com cara nova e com novo nome. No espetáculo Olga é retratada momentos antes de sua execução. Ela, judia, comunista, mulher, guerrilheira, ativista, que sempre lutou por liberdade e justiça, agora confinada em uma cela solitária, tendo como única companhia a sua própria memória, único ponto de conflito, única possibilidade de diálogo, discussão, reflexão e debate. Ela que sempre foi de grupo, se vê agora perante si mesma, sabe de seu fim próximo, sofre com destino e na impossibilidade de nunca mais poder ver sua filha e seu marido. Olga Memória vem resgatar os momentos mais preciosos de sua vida, como alguém que à beira da morte se recorda de toda sua vida.


#SomosTodosOlga - Histórico do Espetáculo

O encontro com Olga Benario se deu em 2002, quando dois grupos, Impávida Troupe e A Jaca Est, se uniram em torno de um único ideal: transformar a história de Olga Benario Prestes em espetáculo teatral. Dentre os principais motivos: Apresentavam-se diante dos olhos possibilidades ilimitadas e inúmeras fronteiras a serem ultrapassadas. Foi um desafio para todos os envolvidos. Olga não se fez presente somente pela proposta estética, mas também com sua força, determinação, caráter, sonhos e esperanças.
Partindo da ultima carta que Olga escreveu a seu marido Luis Carlos Prestes e a sua filha Anita e ao mundo. Ali estava uma guerreira em seus últimos instante de vida, mais que isso, lá estava a mulher, a mãe, a esposa, a militante, o SER HUMANO. E foi esta a grande meta. Tentar botar abaixo o mito de heroína, pois atrás daquela mártir, havia muito mais de humano que jamais alguém pudesse supor. E lá estava ela: Íntegra, doce, meiga, e dona de uma fortaleza imensurável, ao mesmo tempo frágil, amargurada, torturada, banida, sem expectativa de um futuro próximo, sabendo que dali a pouco a câmara de gás e o nada. “Sem ver o rosto de Carlos, sem ver o rosto de Anita, sem poder tocá-los, abraçá-los e dizer-lhes o quanto os amo”.
Olga se vê deteriorada pelo tempo e pelas imposições que seu caminho ofereceu, num mundo individualista e egocêntrico, onde o interesse pelo coletivo é constantemente sufocado e esmagado para que não haja possibilidade de disseminação.

Mas ela enfrenta tudo, se enfrenta, segue em frente. Se os seus ideais não se vingaram, restou hoje a memória de sua bravura, sua força e determinação, sua busca pela liberdade para a humanidade e sua trajetória que nos emociona e nos faz acreditar mais no ser humano e na vida, nos tornando mais fortes e mais perseverantes.

A nossa Olga é fruto do meio que viveu, sujeito participe e intensamente atuante de sua história e dos fatos político-sociais da época. Assim reflexões e questionamentos surgem: Fatos que ocorreram outrora se repetem agora, enquanto isso, muitas das coisas que sofremos hoje são conseqüências dos erros do passado, por isso “lembra é resistir”, e tornar o passado presente, para por meio de análise, possibilitar-nos a mudança e a transcendência.

A principal fonte de informações vem das cartas de Olga a Prestes e Dona Leocádia, além das pesquisas sobre a Insurreição de 35, a revolução Russa, queda da bolsa de 29, a republica de Weimar, a ascensão do nazismo, II guerra mundial, era Varga, além de pesquisas filosófica, acerca do pensamento Marxista-Leninista e de fatos contemporâneos que acabaram sendo reflexo do passado histórico, como por exemplo a barbárie do holocausto que hoje é usada pelos sionistas e imperialistas como um indústria de opressão e violência ao povo palestino; a ditadura militar no Brasil que hoje se disfarça de democracia, mas que deixa sua máscara cair, quando nas manifestações populares coloca a truculenta polícia MILITAR para conter manifestantes com gás de pimenta, cassetetes e balas de borracha; as perseguições e mortes de presos políticos como aconteceu com Olga, Mariguela, Lamarca, Hezorg Rosa Luxemburgo, e tantos outros Amarildos que hoje são executados friamente simplesmente por serem pobres e negros.
Agora o espetáculo entra em uma nova fase: Comuna Teatral Vãndalas d'arte assume a produção geral para dar uma nova roupagem ao espetáculo: Nova direção, novo elenco, novos figurinos e cenários, novas trilhas sonoras, inclusive com novo nome: “Somos todos Olga”. Termo muito difundido nos últimos tempos pelos movimentos sociais, com o objetivo de tornar a luta presente, universal e generalizada, por isso Somos todos Olga, Pinheirinho, Palestina, Síria, Favela do Moinho, Periferia, porque somos todos oprimidos. Nesse ponto entra em cena a nossa Olga ativista- comunista-internacionalista em sua luta constante pelo fim da opressão, da violência do Estado e das diferenças sociais, por um mundo novo que seja para todos e não somente para uma elite que escraviza os menos favorecidos, usando-os como força de trabalho barata para manter a mais-valia e assim seu status quo.


Por se tratar de um teatro político e questionador, não cabe a este projeto restringir este ou aquele público, sendo livre à todos aqueles que se reconheçam como sociedade e parte da população: para maiores de 12 anos.